*Por William Camargo – Cerca de 97% da neve da
Groenlândia derreteu em poucos dias do mês de Julho. O evento pode ser
considerado uma catástrofe, pois desde que se observa via satélite,
cerca de 30 anos, nunca aconteceu algo de tamanha magnitude.
A foto do satélite mostra o derretimento. Do lado
esquerdo vemos que no dia 8 de julho quase toda a área ainda estava
coberta de gelo, cerca de 40%, algo normal para a época do ano, pois é
verão. Porém, em apenas 4 dias, subitamente a Groenlândia perdeu quase
que em toda sua extensão o gelo que havia, cerca de 97% da área,
simplesmente derreteu. As observações foram feitas a partir de 3
satélites que monitoram a área. O fato causa espanto na comunidade
cientifica e grande repercussão internacional.
Não se sabe ainda ao certo até que ponto esse
derretimento da Groenlândia vai interferir no clima mundial e no nível
do mar, tendo em vista que quando é verão, já se observa à muitos anos
que parte da área realmente sofre esse derretimento, o que era
considerado até então natural. Só que nunca, desde que a área é
monitorada por satélites sofreu tão grande perda de sua superfice
congelada, ficando apenas com 3% de sua área coberta com gelo.
Os Cientistas e a NASA (Agência Espacial Norte
Americana), dizem que o aceitável seria que apenas 50% da Groenlândia
tivesse o degelo, algo que acontece todos os anos. A explicação ainda
não veio, porém os cientistas buscam os motivos que levaram ao
derretimento.
Todos os anos, em altitudes elevadas, a maioria do
gelo, a água volta a congelar rapidamente, mantendo assim o equilíbrio
natural. Já, perto da costa, parte da água é retida pelas camadas de
gelo que permanecem e a outra parte segue rumo ao oceano. O grau de
derretimento em 2012 praticamente aumentou em quase 100%. A estranheza
se dá por conta de que foram poucos dias, neste caso, só 4, e a
Groenlândia praticamente descongelou num todo.
Inclusive na visão de leigos no assunto, questionam
até que ponto isso pode acarretar algum tipo de desequilíbrio da vida
naquela região, e inclusive já há questionamentos sendo feitos nas redes
sociais, quanto ao que acontecerá com esse enorme volume de água
despejado no Oceano. Os pesquisadores, perplexos com tal evento e sua
magnitude não chegaram a nenhuma conclusão até o momento, para que seja
explicado este fenômeno natural. Também, não podem afirmar ainda, quanto
isso vai contribuir para a elevação do nível do mar.
Segundo Tom Wagner, que é gerente de programa da
NASA: “o gelo da Groenlândia é uma vasta área com uma história variada
de mudanças. Este evento, juntamente com outros fenômenos naturais, mas
incomum, como o evento na semana passada em Petermann Glacier, são parte
de uma história complexa”. As observações de satélite estão nos
ajudando a entender estes eventos e se podem relacionar-se entre si, bem
como para o sistema climático mais mundial.”
Nghiem, em Pasadena, Califórnia, disse que este era
um evento tão extraordinário que no começo se questionou sobre os dados
se eram reais ou se havia algum tipo de erro com o equipamento. Depois
ele obteve a confirmação dos dados que foram lhe apresentados e
apontaram para um real fenômeno de magnitude nunca vistos antes. Para
isso foi usado o Moderate-Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS)
da NASA e dos satélites Aqua. Para seu espanto houve então a confirmação
do MODIS, que, mostraram temperaturas excepcionalmente altas e que o
degelo era real e em uma extensa área, cerca de 97% da Groenlândia.
Para o climatologista Thomas Mote, da Universidade da
Georgia, e Marco Tedesco da CityUniversity de Nova York, em seus
estudos das imagens de satélite, foram confirmados o derretimento
capturado em duas imagens com apenas 4 dias de diferença, vistos pelo
Oceansat-2 e MODIS com dados via satélite a partir do Imager Especial
Sensor Microwave/Sounder na Força Aérea dos EUA e pelo satélite
meteorológico.
A fusão se espalhou rapidamente. Os mapas gerados a
partir dos três satélites mostraram que em 8 de julho, cerca de 40% da
superfície da camada de gelo havia derretido. Já em 12 de julho, 4 dias
depois, 97% haviam derretido sobre a superfície da Groenlândia.
Também, mesmo a área ao redor do cume que fica bem no
centro da Groenlândia, e está a cerca de 2 quilômetros acima do nível
do mar, o ponto mais alto com gelo, mostrou sinais de derretimento.
Para Lora Koenig, uma glaciologista, o derretimento
aconteceu na hora certa, visto que a história conta que a cada 150 anos
esse degelo ocorre de forma natural, porém nunca havia sido visualizado
do espaço com tanta nitidez e dados tão precisos. A última vez, segundo
contam os livros de história, foi no ano de 1889. No entanto, este tipo
de derretimento pode trazer grande preocupação à população mundial, bem
como à toda comunidade científica caso nos próximos anos ou meses,
eventos como esses aconteçam com maior frequência. Nós estamos em um
pico de elevação da temperatura na Terra, por causa do efeito estufa e
foram anos de despejo em nossa atmosfera de produtos químicos que
influenciaram e influenciam diretamente para que esse aquecimento global
continue, sendo que inclusive perdemos parte de nossa camada protetora
de ozônio.
*Com informações obtidas diretamente da NASA
fonte: folha paulista
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