Algumas clínicas particulares britânicas
aceitam fazer abortos em mulheres que não querem ter o bebê depois de
descobrirem o sexo, principalmente no caso de fetos femininos, informou
nesta quinta-feira o jornal britânico The Daily Telegraph. Em
uma reportagem feita por meio de gravações com câmera escondida, o
jornal relatou como alguns médicos de hospitais particulares consentem
fazer abortos motivados unicamente pelo sexo do bebê, prática ilegal na
Grã-Bretanha.
Em um caso, uma mulher, grávida de oito
semanas, explicou a uma médica de uma clínica de Manchester, no norte do
país, que queria interromper sua gravidez porque ia ter uma menina, o
que foi consentido pela especialista. Em outro, uma mulher grávida de um
feto masculino de 18 semanas conseguiu marcar um aborto em uma clínica
londrina sob o pretexto de que queria uma menina, pois já tinha um
menino.
Posição do governo
O ministro da Saúde, o conservador
Andrew Lansley, expressou sua preocupação com essa denúncia e disse que
começou uma investigação urgente sobre o assunto. Uma lei britânica de
1967 estabelece a interrupção de gestações de até 24 semanas se a saúde
física ou mental da mãe estiver em risco, mas nunca para escolher o sexo
do bebê.
Na Grã-Bretanha, foram feitas 189.574
operações de aborto somente em 2010, 8% a mais do que há dez anos. Em
2007, um estudo da Universidade de Oxford indicou que entre 1969 e 2005
aumentaram os casos de escolha do sexo do bebê por meio de abortos,
principalmente nos nascimentos de meninas entre a comunidade hindu que
vive na Grã-Bretanha.
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