João Severiano da Câmara nasceu na localidade de Boa Vista, município
de Taipu, em 8 de março de 1895 , sendo filho de Vicente Rodrigues da
Câmara e Maria Rodrigues da Câmara. Seu pai, Vicente Rodrigues da Câmara
era filho de João Severiano da Câmara e Tereza Rodrigues da Silveira.
Portanto, ao filho, que foi o segundo da sua prole, foi dado o nome do
avô paterno.
O destino de João Câmara parecia estar irremediavelmente ligado a
Baixa-Verde. Tanto é que, ainda menino, por diversas vezes esteve em
Cauassu, hoje distrito de João Câmara, passando dias de férias na casa
de uma tia (irmã de seu pai), dona Joaquina Possidônio da Câmara,
apelidada de dona Quininha, casada com Felipe Cândido Monteiro, cujos
descendentes (família Monteiro) ainda hoje residem naquela pequena
comunidade interiorana.
Ainda moço, aos 18 anos de idade, já apelidado de Vanvão, trabalhou
no I.F.O.C.S (Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas), órgão que
antecedeu o DNOCS, e como tal tinha a missão precípua de construir
barragens para amainar o secular problema da escassez de chuva no
nordeste brasileiro, missão que até os dias de hoje, já em pleno século
vinte e um, se arrasta a passos de tartaruga.
Em 1928 João Câmara tornou-se o primeiro prefeito do recém criado
município de Baixa-Verde, que se tornara autônomo, em grande parte,
graças ao seu empenho, tomando posse às 13 horas do dia 1° de janeiro de
1929, no salão principal do grupo escolar Capitão José da Penha.
Depois de prefeito de Baixa-Verde, João Câmara exerceu o mandato de
deputado estadual por duas vezes, ambas na década de trinta e,
finalmente, senador da república por ocasião da redemocratização
ocorrida após a segunda guerra mundial e a derrubada da ditadura de
Getúlio Vargas, em 1945. Inusitado é o fato de que não há registro de
sua posse no Senado Federal, sendo certo que não compareceu a nenhuma
sessão por todo o tempo em que teve o mandato.
Foi um dos fundadores do Partido Social Democrático, o legendário
PSD, chegando a exercer a sua presidência regional. A morte alcançou-o
às seis horas e trinta minutos do dia 12 de dezembro de 1948, quando já
havia sido escolhido governador, por consenso das maiores lideranças
políticas do estado.
Nota do Caiçara News: João Camara foi um homem à frente do seu tempo, impulsionou a cultura algodoeira e o comercio na zona do mato grande, meu avô, Olavo Lisboa contou-me que graças a um emprestimo concedido por João Câmara pode enfim adquirir sua propriedade rural e dar ínicio a plantação do algodão, do qual obteve renda suficiente para quitar o compromisso assumido.
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