quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cidades do RN: Nísia Floresta, Uma homenagem literária à Vila de Papary

A pesca sempre farta dentro das lagoas e as terras de boa qualidade para o plantio de várias lavouras serviram de impulso para o progresso econômico do povoado, que até hoje se mantém baseado na agricultura, na pecuária, na pesca e também na força turística de suas praias e lagoas.
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Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde 1607, foram os índios Tupis. O Nome Papary originou-se de uma lagoa de pesca abundante, existente no território, ao lado das lagoas Guaraíras e Papeba.

No livro “Nomes da Terra”, Luís da Câmara Cascudo escreve: “Selvagens que ali demoravam, ignorantes de meios de armadilhas de pescar, organizavam pequenas balsas de madeira, amarradas em cipós; punham sobre elas ramos de cajueiros e então, aparelhados, vadeavam a lagoa e agitando com as varas, provocavam o salto do peixe ‘pari’ que caía entre os ramos sobre as balsas, fendo desse modo os indígenas as suas pescarias, que quer dizer ‘salto de peixe’. Com a fusão das línguas tupi e portuguesa, o nome modificou para o Papary, com o qual foram denominada a Lagoa e a Vila”.

Em 1703, já com a presença portuguesa, o povoado começou a erguer a igreja de Nossa Senhora do Ó, concluída somente 52 anos depois, em 1755. Foi pela Lei Provincial que o povoado desmembrou-se de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Imperial de Papary. A atual denominação Nísia Floresta foi dada pelo Decreto-lei, em de 23 de dezembro de 1948, em homenagem à sua mais ilustre filha, a escritora Nísia Floresta.

O município de Nísia Floresta está localizado na Região Litoral Agreste do Estado, a 43 quilômetros, onde residem cerca de 20 mil pessoas. Nísia Floresta conta com a beleza da praia de Búzios, Pirangi do Sul, Barra de Tabatinga, Barreta e Camurupim.

Ainda há o encantamento das lagoas Boágua, Carnaúba, Carcará, Redonda, Bomfim e Ferreira. A gastronomia da cidade oferece o famoso camarão da região, prato predileto na culinária potiguar.
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O Gigante Baobá - Um dos maiores do Brasil, com um tronco de quatro metros de diâmetros, 13 metros de circunferência e uma copa de aproximadamente 19 metros de altura, plantada em 1877 por Manuel de Moura Júnior e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, no ano de 1965. O baobá, mundialmente conhecido pelo livro “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Saint Exupéry, é uma árvore natural do continente africano e virou um dos ícones de Nísia Floresta.
Estação de Papary -Edificada em 1881 pelos ingleses da companhia Great Western. Feita em estilo neoclássico, com arcos em estilo gótico, ela foi tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual do Meio Ambiente, em dezembro de 1984. Atualmente, abriga o restaurante Marinas Camarões.



Mausoléu de Nísia - Túmulo onde estão depositados os restos mortais da escritora Nísia Floresta. Foi um monumento erguido em 1909, pelo governador Alberto Maranhão.

Igreja de Nossa Senhora do Ó - Erguida pelos portugueses em estilo barro, a Igreja foi concluída em 1755. Num altar folheado a ouro se destacam duas imagens bem antigas, vindas de Portugal: São Benedito e a padroeira Nossa Senhora do Ó.

Quem foi Nísia Floresta?
Ela nasceu em Papary, mais precisamente no Sítio Floresta em 1810. Filha de uma das mais importantes famílias da região, Dionísia Gonçalves Pinto, seu nome de batismo, entrou para história como uma escritora que teve coragem de pensar e defender suas idéias, consideradas revolucionárias pela sociedade conservadora da época. Ela entrou para o mundo literário com um pseudônimo que se tornou internacionalmente conhecido, o de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A escritora de Papary tornou-se famosa, sendo admirada por muitos e questionada por outros tantos. Era tida como extraordinária, notável, ao mesmo tempo em que era considerada mestiça e indecorosa.

Nísia Floresta no CinemaA produtora cultural Izabela Camilo, depois de pesquisar durante mais de dez anos sobre a vida e obra de Nísia Floresta, pretende contar essa história através das telas de cinema. A pesquisadora convidou a atriz Lucélia Santos para a direção do filme, que antes seria dirigido por Luiz Carlos Lacerda, o mesmo diretor de “For All, Trampolim da Vitória”. De acordo com Izabela Camilo, parte das tomadas no Rio de Janeiro também servirá para ambientar o período em que Nísia passou em Paris, lugar onde a poetiza potiguar teve um contato estreito com o escritor Auguste Comte, o pai do positivismo. Segundo Izabela, a idéia de lançar o filme, cujo título é “Nísia Floresta, a Brasileira Augusta”, partiu do pressuposto de que poucas pessoas no Brasil, e no próprio Estado do Rio Grande do Norte, conheçam esse ícone feminino da cultura. “Tudo pelo qual ela lutou, ao longo de sua vida, foi e continua sendo atual”, afirmou.


Vista parcial da cidade de Nísia Floresta, guardando uma atmosfera interiorana.



Detahes da fachada do cemitério público.



Casarão colonial guardando histórias de Nísia Floresta.


Estação de trem Papary transformou-se num restaurante aconchegante, onde serve comidas típicas e o melhor camarão da região.

fonte: chão potiguar

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